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Os Estados Unidos ampliaram nesta terça, dia 17, seus esforços para salvar o processo de paz no Oriente Médio, ao anunciar uma visita do secretário de Estado Colin Powell à região. O "mapa da paz", plano proposto pelos EUA, Rússia e Organização das Nações Unidas (ONU), sofreu um novo golpe nesta terça depois de o primeiro-ministro palestino, Mahmoud Abbas, ter fracassado em persuadir os grupos militantes a declararem uma trégua a Israel.
– Com relação ao tema do cessar-fogo, isto ainda está sendo discutido e não temos uma resposta neste momento – disse Ismail Abu Shanab, um dos líderes do Hamas, após o encontro de Abbas com 13 facções radicais islâmicas.
Entretanto, Abu Shanab disse que um encontro bilateral entre Abbas e o Hamas poderia ocorrer nesta quarta. A Jihad Islâmica também afirmou que não planeja retroceder em sua campanha contra alvos israelenses.
– Nós reforçamos que a resistência é um direito legítimo do nosso povo – disse Mohammed al-Hindi, representante do grupo, após a reunião com Abbas na Cidade de Gaza.
Diante da perspectiva de colapso do "mapa da paz", os EUA anunciaram que Powell chegará à região nesta sexta, dia 20, para comandar uma nova missão de mediação com israelenses e palestinos.
– Pedimos aos norte-americanos que assumam a liderança do processo de paz, e é isso que vai ocorrer – disse o chanceler israelense, Silvan Shalom, a uma TV local.
Segundo ele, a conselheira de segurança nacional dos EUA, Condoleezza Rice, deverá seguir a viagem de Powell no dia 29 de junho. Powell esteve pela última vez em Israel e nos territórios palestinos em maio, preparando a reunião de cúpula de 4 de junho entre o presidente George W. Bush e os primeiros-ministros Abbas e o israelense Ariel Sharon, no qual ambos aderiram formalmente ao plano de paz.
Mas desde esse encontro a violência mútua cresceu, resultando na morte de mais de 50 pessoas. Sharon descartou qualquer concessão aos palestinos até que Abbas controle o Hamas. Mesmo assim, ambas as partes continuam discutindo a proposta israelense de abandonar o norte da Faixa de Gaza e a cidade de Belém (Cisjordânia), mas a idéia parece condicionada a uma trégua do Hamas e dos outros grupos radicais.
Uma autoridade palestina disse nesta terça que as negociações estão emperradas porque Israel insiste em manter o controle sobre a estrada que atravessa a Faixa de Gaza de norte a sul.
– Os israelenses não mudaram a realidade da ocupação – disse.
Na Cidade de Gaza, o subsecretário de Estado John Wolf, novo enviado especial dos EUA à região, se reuniu na manhã de terça com Abbas e com o chefe dos serviços palestinos de Segurança, Mohammed Dahlan. Ele também esteve com o chanceler Nabil Shaath em Ramallah (Cisjordânia) e saiu do encontro pedindo que ambas as partes cumpram seus compromissos – no caso palestino, o principal deles é desmantelar os grupos armados.
Mas Abbas vem preferindo negociar um cessar-fogo em vez de reprimir os radicais, porque teme que essa alternativa crie um confronto que pode levar até a uma guerra civil entre os palestinos. Os grupos militantes, porém, prometem continuar combatendo Israel. Assessores de Abbas dizem que a negociação da trégua está mais difícil por causa dos frequentes assassinatos de líderes do Hamas por parte de Israel, em operações que também resultam na morte de civis.
O plano de paz apresentado pelos EUA prevê a adoção de medidas mútuas de reaproximação e a criação de um Estado palestino até 2005.
As informações são da agência Reuters.
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